28/12/2010

VESTIR

Hoje é aniversário da mamãe. Fany Pecchio completa 90 anos, firme e forte com a graça de Deus que, segundo ela, enviou-lhe o seguinte recado: "ela (eu) vai andar, nem que for devagarinho".
Hoje vesti roupa em casa, pela primeira vez, após meses usando camisola hospitalar. Jamais imaginei que utilizar uma bermuda, passar por dentro dela uma incômoda sonda urinária e vestir um top branco com uma regata amarela fosse tão simples e complicado ao mesmo tempo.
Simples graças à minha cuidadora Fátima e complicado por causa das dores e espasmos que não me permitem ficar muito à vontade diante de costuras, elástico e todo o tipo de compressão na coluna.
Difícil está sendo suportar uma febre com hora marcada, todos os dias, por volta das 15 horas e o inchaço, vermelhidão e alta temperatura no quadril direito, que está torto e foi negligenciado pelos médicos durante meses.
Após alta em 5 de novembro, ainda teve uma médica infectologista que desejou me internar na véspera do Natal, quando lá estive para buscar resultados de exames. Os exames de cultura somente ficaram prontos na segunda, dia 27. O que eu ficaria fazendo internada lá? Ganhando mais Resistência às drogas que supostamente poderiam combater alguma suposta infecção na articulação do quadril direito?
Fui vista como uma politraumatizada ou como uma coluna? Por que não fizeram radiografia e tomografia de todas as partes do meu corpo na minha primeira internação?
Sinto que meu organismo não resistirá mais ao sofrimento das intervenções invasivas, a este tipo de medicina que nos trata como partes e não de maneira holística, considerando a sensibilidade, a dor e o sofrimento de cada paciente que, para alguns médicos, infelizmente, é tratado como cliente. Assim foi escrito em meu longo prontuário. Só não me entregaram resultados de exames importantes como a cintilografia óssea e mais exames de imagem do meu quadril.
Fui internada em março de 2010 e após meses de insistência minha, devido ao inchaço na perna direita, é que passei por uma cirurgia de limpeza do quadril devido à provável osteomielite que abocanhou parte da cabeça do meu fêmur. Isso é o que suponho porque até o momento a equipe de ortopedia não esclareceu o que de fato houve e está acontecendo nesta parte importante do meu corpo, sem a qual não posso sonhar em ter alguma mobilidade ou marcha algum dia.
Importante dizer que a operação, que durou 3h15, foi realizada sem anestesia porque não sinto dor alguma abaixo do estômago. Sinto apenas movimentos e deu para saber que após cortarem minha pele me aspiraram o tempo todo.
Ouvi quando o cirurgião-titular da equipe de quadril disse a dois assistentes: "porque não me chamaram antes, eu estava aqui o tempo todo...poderia ficar comprometido o membro da moça" [minha cabeça de fêmur direita e articulação desta junto ao quadril]
São 13h32. Sinto um pouco de frio nos braços e o termômetro, jamais distante do alcance dos meus braços, acusa a temperatura de 36 graus. Tenho que estar sempre vigilante porque daqui a pouco poderá alcançar 38 graus, causando calafrios pelo corpo.
Rogo a Deus que não permita que isto ocorra no Dia do Aniversário de quem mais amo neste mundo: minha querida mãe. Mas no momento que encerro a mensagem de hoje já saltou para 36,2.
Uma pena. Gostaria que hoje fosse diferente.

2 comentários:

  1. Uma pena tudo isso, essas febres esses tratamentos todos.

    Mas já paarece um luz no fim do tunel.Hoje já tiraste a camisola hospitalar e estás de bermuda pra festejar o niver de tua mãe à quem mando um abraço e parabéns!

    beijos pra ti e que 2011 seja muito melhor e te dê bastante alegrias. chica

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  2. Cara Gisele,

    Dos males o menor, ninguém confundiu voce com outra paciente como já vi acontecer, e lhe amputaram uma perna.

    Tome cuidado, médico e advogado não tem nada do lado direito do peito...

    Exija seus exames, eles te pertencem. Procure saber em CURITIBA sobre um hospital evangélico, muito humanitário que possa lhe ajudar.

    Problemas em quadril é sempre grave. Exija do seu médico que lhe conceda o direito de ter um acompanhante da família.

    Essa pessoa poderá se inteirar dos procedimentos que estão realizando em voce, os medicamentos, enfim, tudo, até a higiene.

    Desejo boa sorte, que nesse ano voce consiga recuperar a sua saúde.

    beijos. sonia

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Agradeço pela sua presença. Abraço meu, Gisele